Um dia a minha chupeta desapareceu. A minha mãe disse-me que a Lua a tinha levado (…). Eu não acreditava que a Lua fosse uma ladra e procurei a chupeta por toda a casa. Procurei nas gavetas… mas não estava lá. Encontrei uma orelha de Coelho.
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Um dia a minha chupeta desapareceu. A minha mãe disse-me que a Lua a tinha levado (…). Eu não acreditava que a Lua fosse uma ladra e procurei a chupeta por toda a casa. Procurei nas gavetas… mas não estava lá. Encontrei uma orelha de Coelho.
Pablo Albo recorre à fantasia e à imaginação para tratar com ternura e humor um repto complicado para os mais pequenos e para os pais: deixar a chupeta. Esta é uma etapa mais do crescimento e da maturidade, e a criança precisa de compreensão para alcançar a meta final. Os pais devem ser o seu maior estímulo neste objetivo, e leituras como esta podem ajudar a consegui-lo.
Trata-se de um passo difícil. A chupeta é um objeto com uma forte carga simbólica e afetiva para os mais pequenos. Tem sido uma fiel companheira porque proporciona calma e segurança: — Viste a minha chupeta? — Tem-na a Lua – disse o Coelho. — Como é que sabes? — Porque não chora.
Superar esses reptos faz parte de um processo natural de aprendizagem e de crescimento, onde a imaginação se torna o mais valioso recurso de que uma criança dispõe, tal como demonstra Pablo Albo nesta história e em anteriores colaborações com a OQO como A sopa queima.
De igual modo, o autor já demonstrou noutros trabalhos como O último canto (Menção White Raven 2009) a sua maneira efetiva e encantadora de abordar questões delicadas. Para tal, propicia que seja o inseparável companheiro de fadigas, um coelho de peluche, a ajudar a personagem que protagoniza esta história a desprender-se sem traumas e de forma voluntária deste objeto: — E a chupeta? – disse o Coelho. — Bolas! Esqueci-me de a trazer! Bem… eu dou-lha. Acho que lhe faz mais falta a ela.
As crianças alternam com facilidade as suas dependências afetivas em determinados brinquedos, livros ou objetos. O reencontro com o seu boneco favorito, o Coelho, serve à personagem de A Lua ladra para preencher o vazio criado pela ausência da chupeta e compreender que há companheiros de viagem necessários para certos tramos da vida.
A ternura do texto de Pablo Albo encontra-se reforçada pelas ilustrações em página dupla de Pierre Pratt e pelas suas personagens: traços simples com pormenores que imprimem carisma (os narizes) e que as tornam únicas. Na sua primeira colaboração com a OQO, o ilustrador canadiano — que conta com reconhecimentos como o Canadian Governor General’s Award para o Melhor álbum ilustrado em Montreuil — desdobra a sua reconhecível paleta de cores: azuis, vermelhos, laranjas e amarelos intensos que captam a atenção dos primeiros leitores, a quem é dirigido este álbum.
Texto de Pablo Albo
Ilustrações de Pierre Pratt
Tradução do espanhol Elisabete Ramos