Mister Corvo

Luisa Morandeira & Maurizio A. C. Quarello

ISBN: Não especificado

Um pastor ganha a gratidão de um velho corvo ao arrancar-lhe um espinho da perna. Após este gesto, a ave ajudá-lo-á a realizar os seus sonhos, através de uma série de trocas que, a partir do espinho, constituirão o fio condutor da narrativa. Para o espinho, uma vela; Para a vela, uma vaca; Para a vaca, uma rapariga; Para a rapariga… UMA FLAUTA!

 

14,0014,90

ISBN: N/A Category
INFORMAÇÕES

Coleção:

Páginas: 48 págs.

Encadernação: cartoné

Medidas: 25x23 cm

Publicação: febrero 2006

Um pastor ganha a gratidão de um velho corvo ao arrancar-lhe um espinho da perna. Após este gesto, a ave ajudá-lo-á a realizar os seus sonhos, através de uma série de trocas que, a partir do espinho, constituirão o fio condutor da narrativa. Para o espinho, uma vela; Para a vela, uma vaca; Para a vaca, uma rapariga; Para a rapariga… UMA FLAUTA!

 

Luisa Morandeira adapta este conto original turco, a partir da fórmula comum que surge na Europa. Dependendo do local, podemos encontrar uma série de objectos diferentes, por vezes com mais elementos (rabo, navalha, sardinha, farinha, menina, guitarra), mas em todas as versões aparece um animal como personagem principal (gato, macaco, raposa). Nesta adaptação livre, embora a autora enriqueça o enredo com elementos retirados da tradição do Médio Oriente, mantém o final típico das versões europeias e conclui com uma canção que compila a fórmula das trocas, tocada pela personagem principal com a flauta, o último objeto obtido na troca. Não é o caso de outras versões, como O rabo do gato, recolhida em Portugal por Adolfo Coelho, em que esta sequência parece ter-se perdido. O ponto de partida, também diferente do folclore europeu, neste caso, pode ser relacionado com o mito de Androcles e o leão: Androcles arranca um espinho preso na pata do leão, e este, agradecido, recompensa o homem. O simbolismo do corvo está cheio de contradições em diferentes manifestações culturais. Ave de mau agouro para alguns, desempenha, no entanto, um papel essencial para outros povos, que o consideram símbolo de gratidão, arauto do triunfo, protetor, mágico, adivinho, mensageiro celeste… Está também associado à solidão, ao isolamento voluntário e à perspicácia (no Génesis, será ele a verificar, após o dilúvio universal, se a terra é de novo um lugar habitável).

 

Mauricio A. C. Quarello reflecte todas estas conotações, derivadas em parte das caraterísticas físicas do animal, e com as suas magníficas pinceladas, dá-lhe uma força simbólica que não passará despercebida a nenhum leitor. Utilizando uma gama de cores quentes, do ocre ao vermelho, cria uma atmosfera alegre mas intencionalmente irónica. Joga também com paisagens e morfologias que remetem para os ambientes de onde provém a história (Turquia) e, mais uma vez, como é habitual, ostenta uma utilização magistral das sombras, composições arriscadas e manipula os planos como se de um trabalho cinematográfico se tratasse.

 

Texto de Luisa Morandeira, baseado num conto popular turco Ilustrações de Maurizio A. C. Quarello

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