A cozinheira do rei

Soledad Felloza & Sandra de la Prada

ISBN: 978-84-9871-505-7

O rei tinha um pesar como uma nuvem negra,

que não o deixava pensar.

E, quando não pensamos, tudo corre mal:

13,50

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INFORMAÇÕES

Páginas: 36 págs.

Encadernação: cartonado

Medidas: 25x23 cm

Publicação: junho 2014

O rei tinha um pesar como uma nuvem negra,

que não o deixava pensar.

E, quando não pensamos, tudo corre mal:

as estradas retorcem-se, as pontes caem,

os barcos perdem as mercadorias…

Os secretários chegavam ao palácio,

dia sim, dia também,

com as suas pastas cheias de problemas;

mas da cabeça do rei

não saía nada de nada.

 

Os problemas choviam de todo o lado sobre um rei pesaroso.

Depois de o observar com atenção, uma comissão de sábios conclui que o mais conveniente para ele seria mudar de hábitos: passear, praticar exercício e, sobretudo, mudar de dieta. Na ausência de um bom chef, optam por abrir candidaturas ao lugar de cozinheiro real e preencher essa vaga. Vindos de todo o lado com as suas melhores receitas, apresentam-se no palácio inúmeros cozinheiros. E ainda Alvarinha, uma jovem decidida que, mesmo tendo visto que no edital dizia claramente procurarem um cozinheirO, não se sente intimidada e, deitando mão do livro de receitas da sua avó e de algo mais… prepara um suculento menu que chega diretamente ao coração do rei. Qual será o seu segredo?, perguntavam todos…

«Mais vale bem fiz eu do que por aqui fiquei» e, se para além disso, adicionarmos paixão, carinho e alegria, dificilmente algo irá correr mal. Este é um dos segredos de Alvarinha e esta é a mensagem otimista que nos transmite a história.

 

Soledad Felloza, contadora uruguaia radicada na Galiza, ganhou com esta história o Prémio de Narração Oral COZINHA DE CONTOS, em que participaram contadores de Espanha, de Portugal e da Polónia.

 

Nesta história, a autora destaca o valor da cozinha tradicional, sem artifícios mas com um especial «savoir faire» e, sobretudo, com muito amor, como sempre fizeram as mães e as avós. Sabores e odores que nos acompanham, capazes de nos fazerem emocionar só de nos lembrarmos, como acontece ao rei desta história. Nem os ingredientes mais exóticos, nem as receitas mais sofisticadas dos grandes chef conseguem que o rei esqueça a sua tristeza e a sua apatia para assim ter força para enfrentar os assuntos do palácio (que iam mal e devagar).

A cozinheira do rei embrenha-nos num mundo de cores, sabores e odores caraterísticos da cozinha tradicional, feita em lume brando, com amor e produtos da terra. Porém, pela mão de Alvarinha, descobrimos também o valor das pequenas coisas quotidianas, porque ela é capaz de elaborar deliciosas receitas baseadas na simplicidade dos seus ingredientes.

São ainda abordadas as emoções e o facto de deixarmos a nossa marca naquilo que fazemos. Assim, na receita Alvarinha não põe apenas o seu conhecimento, põe também o mimo, o cuidado, o seu coração.

Sandra de la Prada procurou com a imagem expressar todo este mundo de gostos e aromas, oferecendo uma
proposta plástica cheia de frescura e de cor. Através de imagens claras e luminosas, podemos seguir as andanças
desta pequena ruiva que consegue tornar-se, contra todas as previsões, na cozinheira do rei.

 

A ilustradora catalã acentua o caráter desembaraçado da menina através da cor da sua roupa: «Alvarinha veste
um vestido fúcsia por ser uma cor muito alegre e, por sua vez, apetitosa. A combinação deste com a sua cabeleira
ruiva e com a sua pequena estatura pareceu-me tornarem-na mais espevitada e decidida, que é como eu a via. As
formas arredondadas do seu vestido ajudaram-me a dar-lhe dinamismo e movimento.»

 

Para enfatizar o tom humorístico da história, Alvarinha aparece acompanhada por dois gatos que, segundo as palavras da ilustradora, «apesar de não aparecerem no texto, conseguem tornar-se quase tão protagonistas como ela: ajudam-na, fazem palhaçadas, participam na história…»

Tanto na narração escrita como na proposta plástica, a natureza ganha um protagonismo especial: jarrões com flores, plantas aromáticas… Uma natureza que serve, sem dúvida, de fonte de inspiração a muitas receitas tradicionais.

Uma história que respira otimismo por todos os poros e que nos ensina a valorizar a cozinha, não só como base da nossa cultura, mas como parte da nossa vida, das nossas emoções e das nossas lembranças.

 

 

Texto de Soledad Felloza

Ilustrações de Sandra de la Prada
Tradução do espanhol de Elisabete Ramos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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