Um lenhador tem três filhas. Quando o lenhador vai ao bosque, assinala o caminho para que as meninas possam ir ter com ele. Em dias sucessivos, as três irmãs vão levar o almoço ao pai, seguindo a trilha marcada com pedras, paus e palha; mas um urso engendra um plano para as raptar. No regresso a casa, as três cairão na armadilha do urso seguindo uma pista falsa que as levará em direcção à sua caverna. As meninas preparam a sua fuga e o urso acaba por ter aquilo que merece.
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Um lenhador tem três filhas. Quando o lenhador vai ao bosque, assinala o caminho para que as meninas possam ir ter com ele. Em dias sucessivos, as três irmãs vão levar o almoço ao pai, seguindo a trilha marcada com pedras, paus e palha; mas um urso engendra um plano para as raptar. No regresso a casa, as três cairão na armadilha do urso seguindo uma pista falsa que as levará em direcção à sua caverna. As meninas preparam a sua fuga e o urso acaba por ter aquilo que merece.
Um conto que nos mostra os perigos do mundo, representados por caminhos que mudam de direcção e conduzem à perda. Mas perante a situação que implica seguir um trilho errado, só é possível enfrentar as dificuldades com imaginação e astúcia e, tomando consciência da situação, agindo de forma inteligente. Também é importante o facto de ser a irmã mais velha a levar a cabo o plano de fuga, sendo também a última a libertar-se do urso, salvando primeiro as irmãs. Isto reforça o estímulo em direcção ao crescimento intelectual e à independência que se pode conseguir com a maturidade. A natureza simbólica dos três elementos com que o pai marca o caminho (pedras, paus, palha) é recorrente em contos de todo o mundo. Aqui, a ordenação inversa dos três elementos obedece à ideia de que o pai oferece pouca segurança às filhas. O lenhador, que já conhecia bem o bosque, poderia ter suspeitado que a palha não era um elemento apropriado para deixar sinais. No entanto, o paralelismo destes actos com o desaparecimento das meninas revela que o pai não é consciente, atesta simbolicamente que o cuidado e a atenção com as filhas é deficiente, e por isso elas terão de tomar iniciativas, enfrentar o mundo e reconhecer em si a capacidade para solucionar os problemas. Valério Carrik, pintor oficial da corte imperial de Nicolau II, último Czar da Rússia, gostava de compilar contos populares que ele próprio transcrevia e representava em esboços a partir da tradição oral. Com uma simplicidade magistral, através de fábulas e contos onde os animais surgem frequentemente com personagens humanas, Carrik trata sentimentos e paixões que são percebidos com clareza e produzem fortes emoções nas crianças. A primeira publicação deste conto surgiu sob o título O urso e as três filhas do lenhador. A versão Pedra, pau e palha retoma essa forma breve e precisa, pretendendo transmitir uma ideia clara e objectiva do relato e empregando construções formulaicas, tão vivas na tradição oral russa.
A ambientação plástica decidida por Josep Rodés e o perfil das personagens (urso, lenhador, meninas) típicos dos contos populares russos, revelam a origem geográfica desta história e estabelecem uma sincronia perfeita com a forma de apresentar a trama argumental. A recompensa: uma imagem gratificante de felicidade na casa do lenhador, como se todos os obstáculos tivessem sido superados.
Texto de Ana Presunto, a partir de um conto popular russo Ilustrações de Josep Rodés