Nem é preciso voz

Armando Quintero & Marco Somá

ISBN: 978-84-9871-470-8, 978-84-9871-647-4, 978-84-9871-469-2, 978-84-9871-641-2

Todos os animais têm a sua voz… O cão ladra. E os cachorros respondem. O gato mia. E os gatinhos… também! (…) A girafa não tem voz.

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INFORMAÇÕES

Coleção:

Páginas: 36 págs.

Encadernação: cartoné

Medidas: 25x23 cm

Publicação: septiembre 2013

Todos os animais têm a sua voz… O cão ladra. E os cachorros respondem. O gato mia. E os gatinhos… também! (…) A girafa não tem voz. Porém, tem um pescoço muito comprido… Tão comprido que, com ele, pode acariciar a sua cria.

 

“Não fales a menos que possas melhorar o silêncio”, dizia Borges. Quanto pode transmitir um
gesto, uma carícia, um olhar…? Porque nem é preciso voz para transmitir carinho ou dizer coisas
bonitas.

 

O contacto físico, como demonstração de afeto, é imprescindível para o desenvolvimento emocional:
dá segurança, favorece a autoestima e melhora a confiança em si próprio e nos outros. O
texto de Armando Quintero e as imagens de Marco Somá fazem finca-pé neste aspeto.

 

O ilustrador italiano humaniza os animais e apresenta-os em situações familiares com que qualquer
criança se pode sentir identificada: a divertir-se no parque com os pais, a comer um gelado,
a desfrutar da água num rio…

 

As formas de comunicar entre eles (ladrar, miar, cacarejar…) são chaves para tirar partido de momentos felizes para toda a família.

 

Somá mantém esta atitude vital com o surgimento das girafas. Mãe e filha não têm voz, mas
adotam outro método: as carícias. E a pequena girafa partilha com os outros animais esta forma
de transmitir sentimentos e emoções.

 

A partir desta altura, a história dá uma reviravolta radical: as ilustrações continuam a mostrar personagens que usufruem desse instante sem necessidade de palavras, só com abraços, carícias…

 

E a aprendizagem expande-se também para novas formas de aproximação ao outro; assim, a
partir do momento em que a pequena girafa mostra a um elefante como são as carícias, esta
interação prossegue entre os demais: o elefante mostra ao tigre; este, ao lobo…

 

Não há dúvida de que as girafas desempenham um papel preponderante nesta história, como se pode ler na dedicatória do escritor: “Ao meu avô do coração que, entre tantas coisas, um dia me falou das girafas.

 

Armando Quintero explica que su abuelo del corazón era un anciano, vecino de su casa de niño, al que él siempre sintió como de la familia. Este personaje le inculcó su pasión por la lectura y, en concreto, hacia estos animales cuando, un día, le explicó lo siguiente:

 

“Todos os animais têm sons para chamar e dizer uns aos outros que se amam, exceto as girafas. Elas são mudas. Tão mudas que não emitem qualquer som. Mas, como os mudos, abrem bem os olhos para dizerem uns aos outros que se amam, e é por isso que têm olhos tão grandes e se tocam. E ensinam isso a outras criaturas.

 

A sua importância na história é sublinhada graficamente. Por isso, a capa é também para eles. Tal como as restantes personagens, as suas roupas foram cuidadosamente concebidas pelo ilustrador, que especifica que o vestido da mãe é inspirado num dos usados pela atriz Audrey Hepburn “numa das suas muitas obras-primas cinematográficas”.

 

“Decidi ilustrar este texto imediatamente após terminar a primeira leitura”, diz Marco Somá com entusiasmo. “Fiquei cativado pelo facto de as palavras nem sempre serem necessárias e de, por vezes, um gesto ser muito mais eloquente do que uma emoção”, afirma. O ilustrador explica que, tendo em conta que o texto fala de um sentimento “tão simples quanto importante”, procurou interpretá-lo de “forma delicada”, tentando criar ambientes “simples e limpos”, onde o ambiente ou a escolha das cores dão todo o destaque às personagens e às suas acções. Desta forma, realçam o que, para ele, é a mensagem principal da história: “muitas vezes, não precisamos de palavras para dizer ‘amo-te’ ou ‘gosto de ti’, um gesto é mil vezes mais importante”.

 

Texto de Armando Quintero Ilustrações de Marco Somá

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