A Blanca é corajosa e astuta. Uma noite, Camuñas entra no seu quarto para a comer; embora o monstro tenha um aspeto horripilante, a rapariga não se assusta e inicia um diálogo que acaba por o confundir ao ponto de o fazer duvidar da sua identidade.
— Eh lá! O Cachucho deitou um foguete! — Não me chamo Cachucho. Chamo-me Gadunhas, o que nunca corta as unhas! – respondeu o bruxo, indignado. — Não me faças rir. Tu és o Cachucho! — Estou-te a dizer que não. Sou o Gadunhas!
A Blanca é corajosa e astuta. Uma noite, Camuñas entra no seu quarto para a comer; embora o monstro tenha um aspeto horripilante, a rapariga não se assusta e inicia um diálogo que acaba por o confundir ao ponto de o fazer duvidar da sua identidade.
— Eh lá! O Cachucho deitou um foguete! — Não me chamo Cachucho. Chamo-me Gadunhas, o que nunca corta as unhas! – respondeu o bruxo, indignado. — Não me faças rir. Tu és o Cachucho! — Estou-te a dizer que não. Sou o Gadunhas!
Branca é astuta como uma raposa e esperta como uma coruja. Gadunhas, carecendo destas duas qualidades, é presa fácil para o jogo de confusão que a menina inicia quando, certa noite, o bruxo entra no seu quarto para a devorar.
A história transborda de humor, tanto através do texto espirituoso de Margarita del Mazo como das imagens divertidas e frescas da artista dinamarquesa Charlotte Pardi.
A mensagem principal gira em torno da astúcia, uma qualidade que transforma os mais fracos nos mais fortes; mas também, num outro nível de leitura, pode fazer-nos refletir sobre questões profundas como o auto-engano ou a negação das evidências ao ponto de não nos reconhecermos.
Neste sentido, o autor lembra-nos “que é importante olharmos para nós próprios, de vez em quando, para que ninguém nos possa enganar dizendo-nos que somos de outra maneira”.
A ilustradora Charlotte Pardi cria um monstro de aspeto aterrador mas que transmite ternura. Charlotte criou também um quarto com um grande número de peluches, para que Blanca não ficasse sozinha com Camuñas.
Apesar da aparição nocturna de um feiticeiro, a criança mantém-se calma e segura. São as bonecas – com os seus olhos abertos e atitude expetante – que transmitem um estado de espírito mais consentâneo com a situação. Desta forma, Charlotte Pardi utiliza um recurso muito comum para as crianças: expressar sentimentos (medos, inseguranças, receios ou fobias) através das bonecas. Um papel também desempenhado por histórias como esta.