Ao noitecer voltamos para casa. De certeza que a mamã está a fazer o jantar. Entramos em bicos de pés, para não fazer barulho.
AAAI! Porque é que me pregam estes sustos? Vocês são uns monstros!
Mamã! Os monstros têm que assustar! Toda a gente sabe isso!
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Ao noitecer voltamos para casa. De certeza que a mamã está a fazer o jantar. Entramos em bicos de pés, para não fazer barulho.
AAAI! Porque é que me pregam estes sustos? Vocês são uns monstros!
Mamã! Os monstros têm que assustar! Toda a gente sabe isso!
As crianças sentem atração pelas personagens fantásticas e divertem-se ao julgar-se protagonistas de mundos imaginários. A imaginação permite-lhes viver outras realidades, muito diferentes das suas.
Matteo Gubellini, artista italiano com títulos publicados em prestigiadas editoras infantis de Itália ou França, atreve-se em A visita dos domingos a contar uma história e não só a ilustrá-la, tal como fez na sua primeira colaboração para a OQO editora com A casa da minha avó.
Este conto exalta a importância da envolvência dos pais para potenciar e alimentar a imaginacção das crianças, tão necessária para a criatividade tanto em pequenos como em adultos.
“A brincadeira entre pais e filhos, através da ficção e da fantasia, é muito importante”, argumenta Gubellini que acha “fundamental” alimentar a imaginação dos mais pequenos como uma forma eficaz de eles “nunca estarem sozinhos”. Para além disso, a entrega total e a cooperação dos adultos neste tipo de brincadeiras afiança que cresçam a sentir-se “amados e protegidos”.
A particularidade de este monstro que visita todos os domingos o nosso protagonista inspirar simpatia, cumplicidade e afeto, transforma esta história num bom instrumento para ajudar a superar os medos infantis.
As pessoas têm medo dos nossos rugidos, e só os mais corajosos se atrevem a aproximar-se. Passamos horas a brincar no parque. (…) Vamos em busca de tesouros: fazemos buracos na areia, remexemos entre as ervas… E há sempre surpresas!
O desenlace de A visita dos domingos corrobora a advertência de que as aparências iludem e ainda que a imaginação deve estar presente em todas as facetas quotidianas de uma criança, também o retorno às normas se torna indispensável na convivência em família.
—Vá lá, a tua mãe tem razão!
Hoje já brincámos muito
–diz o monstro com a sua voz rouca.
Tal como em A casa da minha avó, nas ilustrações de Matteo Gubellini há sempre uma procura de espaço e profundidade. Por isso, cada composição é diferente. O artista italiano revelou que o uso da técnica de giz lhe permitiu neste traballo satisfazer essa necessidade, através de uma rica gama de matizes de luzes e sombras.
Texto e ilustrações de Matteo Gubellini
Tradução do italiano Ângela Barroqueiro